terça-feira, 31 de agosto de 2010

Domínios Morfoclimáticos

O Brasil é um país tropical de grande extensão territorial. Sua geografia é marcada por grande diversidade. A interação e a interdependência entre os diversos elementos de sua paisagem (relevo, clima, vegetação, hidrografia, solo, fauna etc.) explicam a existência dos chamados domínios geoecológicos.

Dos elementos naturais, os que mais influenciam na formação de uma paisagem natural são o clima e o relevo. Ambos interferem e condicionam os demais elementos, embora sejam também por eles influenciados. A cobertura vegetal que mais marca o aspecto visual de cada paisagem, é o elemento natural mais frágil e dependente dos demais.

Os domínios geoecológicos podem ser compreendidos como a combinação ou síntese dos diversos elementos da natureza, em uma determinada porção do território. Assim sendo, reconhecemos, no Brasil, a existência de seis grandes paisagens naturais:

Domínio Amazônico
Domínio das Caatingas
Domínio dos Cerrados
Domínio dos Mares de Morros
Domínio das Araucárias
Domínio das Pradarias.

Entre os seis grandes domínios acima relacionados, encontram-se inúmeras faixas de transição. Nelas, são identificados elementos típicos de dois ou mais deles. O Pantanal e o Agreste são exemplos dessas faixas de transição.

Geografia
Os Domínios Morfoclimáticos do Brasil

Domínio amazônico


O domínio amazônico é formado por terras baixas: depressões, planícies aluviais e planaltos, cobertos pela extensa floresta latifoliada equatorial Amazônica. É banhado pela Bacia Amazônica, que se destaca pelo grande potencial hidrelétrico.

A degradação ambiental, representada pelas queimadas e pelos desmatamentos, é um grava problema desse domínio. O governo brasileiro, por meio do Programa Piloto para a Proteção das Florestas Tropicais do Brasil, pretende adotar atividades como o ecoturismo e a biotecnologia, para promover o desenvolvimento da Amazônia, preservando-a.

Domínio do cerrado

O domínio do cerrado corresponde à área do Brasil Central e tem essa denominação devido à ocorrência de vegetação o mesmo nome. Apresenta extensos chapadões e chapadas, e o clima é tropical semi-úmido.

A vegetação do cerrado é formada por arbustos com troncos e galhos retorcidos, recobertos por casca grossa. Os solos são pobres e ácidos, mas colocando-se calcário no solo (método da calagem), estão sendo aproveitados pelo setor agrícola. Já é considerada a nova fronteira da agricultura, pois representa a expansão do cultivo da soja, feijão, arroz e outros produtos.
Nesse domínio estão as áreas dispersoras da Bacia do Paraná, do Paraguai, do Tocantins e do Madeira, entre outros rios destacáveis.

Domínio dos mares de morros

O domínio dos mares de morros acompanha a faixa litorânea do Brasil desde o Nordeste até o Sul do país. Caracteriza-se pelo relevo com topografia em "meia-laranja" (mamelonares ou mares de morros), formados por intensa ação erosiva na estrutura cristalina das Serras do Mar, da Mantiqueira e do Espinhaço.

Nele, predomina o clima tropical quente e úmido, caracterizado pela floresta latifoliada tropical. Na encosta da Serra do Mar essa floresta é conhecida como Mata Atlântica.
Em conseqüência da forte ocupação humana, essa paisagem sofreu grande degradação. Além do desmatamento, esse domínio sofre intenso processo erosivo (relevo acidentado e clima úmido), com deslizamentos freqüentes e formação de voçorocas.

Domínio da caatinga

O domínio da caatinga corresponde à região da depressão sertaneja nordestina, com clima quente e semi-árido. A caatinga, formada por cactáceas, bromeliáceas e árvores, é a vegetação típica.

O extrativismo vegetal de fibras, como o caroá, o sisal e a piaçava, destaca-se nesse domínio.

É atravessado pela bacia do São Francisco e tem destaque pelo aproveitamento hidrelétrico. Os projetos de irrigação no seu vale propiciam a produção de frutas (melão, manga, goiaba, uva, por exemplo).

A tradicional ocupação da caatinga é a pecuária extensiva de corte, porém com baixo aproveitamento.

No domínio da caatinga, aparecem os inselbergs, ou morros residuais, resultantes do processo de pediplanação em clima semiárido.

Domínio da araucária

O domínio da araucária ocupa o planalto da Bacia do Rio Paraná, onde o clima subtropical está associado às médias altitudes, entre 800 e 1300 metros. Nesse domínio aparecem áreas com manchas de terra roxa, como no Paraná. É homogênea, aciculifoliada e tem grande aproveitamento de madeira e erva-mate.

A floresta de araucária também é conhecida como Mata dos Pinhais.

Nesse domínio, a devastação a floresta é causada pela intensa ocupação agrária, especialmente a agricultura de café e soja.

Domínio das pradarias

O domínio das pradarias é representado pelo Pampa, ou Campanha Gaúcha, onde o relevo é baixo, com suaves ondulações (coxilhas) e coberto pela vegetação herbácea das pradarias (campos).

A ocupação econômica desse domínio tem-se efetuado pela pecuária extensiva de corte, com gado tipo europeu, obtendo altos rendimentos. Destaca-se, também, a rizicultura irrigada.